quarta-feira, 30 de maio de 2012

mais uma terça-feira

ontem no laurinda o que pensamos...
->qualidade energética das performances (muitas são as possibilidades de escolha dos campos de energia e também as possibilidades que gestamos pra além da nossa auto-categorização de sujeitos construídos)
->noël caroll : performance da arte ///  arte da performance  { tem fontes separadas nas belas-artes e no teatro, embora se encontrem em atividades semelhantes
->questão da codificação das artes(quando a arte contemporânea se coloca enquanto jogos de guerra)
->trabalhar na distinção entre vida e arte, bem como no fim dessa distinção;
->identidades diluídas - o poder das imagens e metáforas!
->suely rolnik: todos nós somos homeless! não concretamente, mas lembrando que estes homeless concretos aumentam a cada dia (no rio então....)
-> como a vanguarda de 22 no brasil pra além de fazer algo novo também se propões em rotular o que faz como novo; sendo que no século XIX os movimentos literários já pensavam numa brasilidade(josé de alencar, por exemplo, indigenismo)

cultura popular a margem, não tem equivalentes na cultura oficial, pq já é dita popular num mundo em que não está muito interessado em alteridade....
-> " Independência do Brasil em 1822 a partir disto necessidade de forjar uma identidade para jovem nação, assim a elaboração de um projeto que inventasse um Brasil passou a ser esforço compartilhado, tanto do corpo administrativo imperial quanto dos seus mediadores, cujos intelectuais e artistas faziam parte."


-> conceitos e cultura. conceitos de cultura. o bailão não pára, não pára, não pára não;

(eduardo galeano: os ninguéns:

As pulgas sonham em comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico de sorte chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chova ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte , por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.

Os ninguéns: os filhos de ninguém, os dono de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos:Que não são embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam supertições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não tem cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.


Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.  )

terça que vem continuamos com o Subjetividade Antropofágica da Suely Rolnik

quarta-feira, 23 de maio de 2012

resumo do encontro

Tópícos: performance: expansão caótica; cidade. ratos e urubus com hilan bensusan y pós-porno com fabi borges


criar heteropias, dentro da expansão caótica, dum turbilhão de informações.
-//-


performance envolve, rompe, discurso ritualístico. Formar um acontecimento de afetos elementos,


tem seu lugar em diferentes espaços: pós-porno, publica, 


-//-
desejos programados, processo de tecnomagia de desprogramação dos desejos, crítica à lógica que compartimenta o EU em personas, no espaço do trabalho, da casa, da cama.


Admitir


A histeria coletiva ocorre quando um numero maior que um se dá em gritos, liberando tudo aquilo que lhe é diariamente censurado.


-//-


Ponto de vista pós-porno, pensando o desejo, a partir do feminino, passando pelo mais radical, esfregar-se em máquina em animal.
reinventar desejos e prazeres.
sobre o íntimo, assumindo que é político, que invoca estruturas de poder, é exatamente entre quatro paredes que o micropolítico aparece e se estabelece e se rompe (!)
remexer os micropontos, os babados, de tensão, sobre família, propriedade e destino


enxergar o corpo como experiência, esquecer dessa imagem, dessa busca pela imagem, saber que estamos aqui - consciencia de si - e do rolê que é o movimento ao nosso redor - consciencia do devir no entorno - assim como exemplo pensemos os movimentos de body-art, a busca por um primitivo não historico.




admitir


que o tempo não é linear, que ele se brinqueia em caminhos, que enxergar o contemporâneo requer o distanciamento da lua, por mais que nos sintamos próximos dela... performance tem seu tempo de criação, construção e execução, fato, a descrição se dá pelo passeio, pela abertura e por isso performance não cobra ingresso, nao ganha prêmio e não é eleito o do ano.


feliz aqueles que ainda se dão o direito ao ócio (neg-ócio é aquela atividade cujo fim é diferente da ação mesma)
, a performance de ouvir e ver, e sentir:


qual é a sua performance?

sábado, 5 de maio de 2012

linkando

-> tem aquele conto do Kafka: Artista da fome
->esse filme: O ilusionista


->analisar o poder da arte/ilusão/mágica(não seria tudo isso a performance?) num tempo em que o mercado da arte talvez não existisse, enfim, uma ficção muito útil....como questionar de forma eficaz o poder do soberano principe que acredita ter poder absoluto?
o cara é um 'simples' mágico que se confunde como mago, bruxo em alguns momentos, numa sociedade que busca um cientificismo(bem, bem, é viena, no contexto em que veio a tona freud), ele cria um personagem, ilude...
pra que se faz performance? com qual objetivo? quais são os caminhos que se escolhe pra chegar na própria arte?

a mola que resiste no mar de afetações e estímulos. a forma e a essência. O MISTÉRIO entre A PALAVRA e AS Coisas!(né titio fucÔ?)

bom sábado que se estende nessa voyage

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Links

Gente,

Alguns links com sons, cadências e textos sobre artistas queridos e/ou desconhecidos, além desses nomes, na própria biblioteca do ubuweb se pode pesquisar e procurar por artistas do underground:

Índice:
http://www.ubu.com/film/index.html

Sobre Duchamp:

http://www.ubu.com/film/duchamp.html

Sobre Beuys:

http://www.ubu.com/film/beuys.html

Vídeo de sete minutos sobre a dança butoh:

http://www.ubu.com/film/juku_butoh.html

Antonin Artaud:

http://www.ubu.com/film/artaud.html

: )

sábado, 31 de março de 2012

Resumo semnome

Resumo do grupo de estudos dia 27 de março de 2012
Pontos debatidos:
• Diferenciação de linguagens: a linguagem cartesiana do teatro convencional, o fim do teatro e a outra linguagem, que surge influenciada com as vanguardas européias.
• Criação de outros estatutos do real: essa linguagem utilizada nas vanguardas tem como um dos objetivos criar outras formas de percepção do outro (alteridade), do mundo e sua localização dentro de uma cartografia “sentimental”.
• Leitmotive: figura de repetição, tema, desteatralizar a cena.
• Diferença entre mimesis e poieses. A mimesis é a representação da poiesis?
• Como a performance percebe a situação cênica, de maneira que tanto uma apresentação musical, teatral ou performática têm em comum a presença de uma cena. De que maneira podemos pensa a performance no contexto de uma encenação do rito? Ou do cotidiano? Ou cotidianizar a cena? Que performances podemos descrever no contexto rito-cotidiano-situaçãocênica?
• O objeto (e por conseqüência a característica da essência do work in progress) é dado pela observação tanto por laboratórios, situações cotidianas, cenas da vida, situações híbridas que o Cohen chama de fronteira ou rastro, como performance e intervenção, para chegar até a cena teatral contemporânea. Página 6.
• Este objeto são os focos do instante-presente e legitimação dos “espaços de vida”.
• A semântica utilizada agora não é mais aristotélica e sim poética, produzindo pontos de entendimento não-lineares.
• Pontos não-lineares: Utilização de técnicas como o hiper-texto, vídeos, projeções, novas tecnologias, permitem a construção desse outro real. De maneira que desmancha esse paralelismo entre sentido (Sinn) e representação (Bild), suspende das coisas a concretude e permite um realismo fantástico dentro da multiplicidade que a performance é.
• Work in process se dá em experiências de espaço-tempo, da relação com o público parateatral, enquanto espaço de linguagem. Página 12.
• Quando surge a performance, seja na rua, casa ou galeria qual é o papel do espectador (observador, espião, público, ou seja, todo tipo de outro (ou olho) que aparece na cena?
Resenha Cohen Work in progress,
A partir de vários artistas e obras, Renato Cohen propõe o estudo dos processos criativos e a relação destes com a execução. Ao lado disso, apresenta também conceitos capazes de por si só criarem cenários de reverberação e acontecimento. Ao processo lingüístico-teórico Cohen chama de work in process, ao desenvolver prático dos grupos ele chama de work in progress. Pergunta-se é definido claramente a diferença entre os dois?
“Entendendo o work in progress como mecanismo gestador de uma série de manifestações e expressões artísticas, procuramos contextualizar a operação dessa linguagem dentro do recorte da cena contemporânea. Conceituamos cena, num primeiro momento, como campo de configuração, seja essa imagem-ação a ‘cena da vida’ (life a context) - das ações cotidianas, das vicissitudes e leitmotive existenciais – seja a cena artificializada, instituída – cena da cultura, da mídia, ou, num nível inferior, a cena mental (mind as context), plano da consciência e dos influxos do imaginário ”
Compõem então criador-criatura-obra, que através do contexto dado pela cultura local, das leitmotive existenciais e do próprio subjetivo.
O criador-criatura-obra permeia com as ambigüidades entre vida e arte, transforma nossas epifanias, altera a lógica aristotélica para pensar uma escritura, um desvelamento, sobreposição, (etc) na construção dos personagens. Onde amplifica as relações de sentido, dos diálogos entre autor-recepção e fenômeno obra. Tem forte influência dos pós-estruturalistas como Derrida e Deleuze. A base conceitual é dada pelo conceito de desconstrução. A desconstrução se dá pelo repartir em elementos – cuja linguagem é poética – sem o intuito de definição em categorias, mas sim um desbravar o que nos meche, na sua essência, seja a obra de arte, ou afetos, etc. Em vez de ir da periferia até um centro (muitas vezes centro utilizado como centro de poder intelectual), vai de um centro para pensamentos periféricos. Buscar a essência nos micro-acontecimentos da performance, sem a dogmatização nem a elitização do pensamento.
Nota 15 da página XXVI:
“desconstrução enquanto veiculação dos modelos de ‘diferença’, na dicotomia entre diferença e repetição”

Exemplos que o autor dá, é o paradoxo de Malévitch – onde o próprio propõe chegar a um deserto como condição de transporte e suporte da arte feita –, Artaud e sua briga com a palavra que finda o mistério e Grotowski que declara o fim do público e do olhar distanciado. Chegamos a performance, como o ato que em si mesmo, permite ao Todo subjetivo ser todo num espaço concentrado para o ato.
O corpo se estende através da possibilidade tecnológica que o contemporâneo acompanha: através do hipertexto, projeções, etc, fazem com que o corpo do artista tenha uma extensão, possibilita que a energia se amplifique e reverbere.
“o contemporâneo contempla o múltiplo, a fusão, a diluição de gêneros”.p. XXVII
É fato que Cohen estava estudando semiótica e vinha do teatro. Mas a importância do texto se dá, pela genealogia dos movimentos que aconteceram no Brasil, a partir da década de oitenta, influenciados por esses grupos de teatro que rompiam com a lógica aristotélica.
VER: Grotowski, Peter Brook, Dança Butô, Joseph Beuys.
“reitera o percurso ontológico do rito cênico na aproximação e representação da fenomenologia do encantamento imanente, muitas vezes perdido e banalizado na cena cotidiana”, página 15.
a conversa continua próxima terça, com o capítulo 3 do Cohen, com um texto do filósofo moçambicano, José Gil, sobre o movimento e a dança.

texto online: http://pt.scribd.com/doc/87477535/Work-in-progress-Renato-Cohen-Capitulo-3

quarta-feira, 21 de março de 2012

retorno.

buenas buenas gente linda!
É com enorme prazer que anuncio o retorno do grupo de estudos!
Nossos encontros semanais se darão todas as TERÇAS-FEIRAS às 19hrs no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo localizado na Rua Monte Alegre, 306, Santa Teresa, Rio de Janeiro/RJ.

A proposta bibliográfica para este primeiro encontro no dia 27/04 será:
Capítulos I e II do livro Work in Progress do Renato Cohen
+ Um artista da Fome do Franz Kafka
http://www.psbnacional.org.br/bib/b186.pdf )

Qlqr duvida entrem em contato por casarelampago@gmail.com

Abraçows!